CONTRADIÇÃO
(VÓNY FERREIRA)
Se escorrego no silêncio
Esbracejo, protesto ferida
Na quietude dos meus gestos.
Procuro sedenta as palavras
Atropelo vencida a esperança
E corro… corro em desatino
Fugindo apavorada dos meus medos!
Porque me afligem os segredos?
Porque me massacra essa ausência?
Porque se enaltece e entristece a alma?
Nada sei…
No entanto…
Nem a dor do corpo suaviza
Nem a dor da alma se acalma
Blasfemo em silencio
Renasço nesse silêncio
Para logo depois morrer de novo
Através do vento que se exalta.
É como se fosse uma arvore
Morrendo lentamente de pé
No topo de uma montanha
Ah… se escorrego no silêncio
Sinto o corpo dorido e dormente
Sinto-me refém de mim mesma
Porque às vezes a minha pobre alma
Parece chorar em silêncio de contente!
2/5/2006
Vóny Ferreira
Vóny Ferreira
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