Postado na parede de uma esquina do pensamento, o relógio d’água escorre no funil e nas calhas a chorar o tempo que passa sem que algo possa detê-lo nessa vida.
As gotas descem obedientes, sem poderem mudar de curso, por causa do declive que as impulsionam sempre para baixo, a fim acionar o mecanismo que movimenta os ponteiros das horas e minutos, que contam todos os instantes em que nem a medida mais exata do mundo é capaz de precisar.
São como as lágrimas, que independentes da nossa vontade, saltam-nos dos olhos em inoportunos momentos. Elas serpenteiam-nos o rosto e marcam-nos de modo semelhante ao da água que vasa do relógio que conta os segundos, e, criam desenhos na parede que descascada fica marcada, enquanto o tempo para por falta do combustível que move as horas....
(Betha M. Costa)
"Versos Que me Deste"
Releio os versos que tu me deste,
Muito loucos e abrasadores,
Poucos para tanto desejo,
Resumo de grandes conteúdos...
Eu viajo entre letras reunidas,
A métrica medida em palmos,
Castelo àquela princesa,
Que já não mora mais aqui.
Versos em folhas coloridas,
Misturam-se a minha gaveta,
Com laços, flores ressecadas,
Prateados papéis de bombons,
Cds, tiaras... Restos de batons...
Betha M. Costa
2 comentários:
Obrigada, Vóny!Todos os meus amigos e conhecidos que escutaram a tua declamação (que deu mais vida) aos meus textos elogiam e me dão os parabéns.
Bjins, Betha.
Ah, será sempre a boa poesia e a admiração que tenho por determinados poetas, (como é o teu caso) que pesará no empenho que tento dar a estas leituras. Identifico (vestindo) o poema tudo é mais fácil e o valor está sempre em quem escreve, sim!
Bjs Betha
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