Bebi sôfrega as tuas palavras
Com a boca ressequida de sede
Cristalizei-as em mim como se fossem água
Transbordando tepidamente de uma fonte.
E logo eu …que sempre tive pressa
Da procura abissal do que não encontro...
Matar a sede com palavras estéreis
É como que me suicidar do alto de um rochedo!
Embebedei-me com os teus olhos lânguidos
Como quem se cega com uma luz divina
Beijei serena teus lábios rígidos
Beijei serena teus lábios rígidos
Atirei-me para o abismo fintando o meu medo
E logo eu … que sempre tive pressa
Da transcendência de tudo o que idealizo...
Matar a sede com palavras inóspitas
É como que apagar labaredas com lágrimas e suspiros!
Abracei os teus vendavais e intempéries
Com o olhar embaciado sem delinear os limites
Afoguei-me na humidade turva dos teus olhos
Dinamitei o coração e fiz explodir todas as pontes!
E logo eu… que sempre tive pressa
Da transparência de tudo o que sonhei…
Matar a sede com palavras estéreis
É como que eternizar tudo aquilo que não sei!
Vóny Ferreira
Escrito a 24/1/2008
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