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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

SEM AMANHÃ de: Vóny Ferreira

SEM AMANHÃ
(Vóny Ferreira)

...Deixa no esquecimento de vez esse rosto sorridente. É falso. Perigoso. Se te ri agora é porque deseja escavar das tuas veias com as suas unhas compridas, o sangue puro que faz florescer o
sentido dos teus dias. Deixa, esquece, não o toques. Não tardará e rir-se-á da tua dependência. E assim continuará a golpear os teus olhos com lâminas luminosas, sempre com o seu sorriso de anjo, até que a tua alegria se petrificará incompreensivelmente. 
Deixa, esquece, antes que rolem todas as lágrimas que couberem nos teus olhos enquanto viveres nessa sonolência hipnótica. Até que depois de muito sofrimento ie libertarás exaurida, já sem medo do teu próprio medo.
Deixa. Esquece esse rosto. Nada mais é do um abutre disfarçado. Não é de forma alguma o poeta a quem pateticamente enalteceste como se faz com amor a uma musa encantada.
Não olhes mais esse rosto. Apaga-o definitivamente da tua memória mesmo que ainda vivas restos desse terrível pesadelo que te deixou como herança.
Não o procures nunca mais. O que vês é uma máscara agarrada à falsidade e à loucura, que em desespero consegue ludibriar os mais distraídos enquanto astutamente faz transparecer numa das suas "faces" a doçura de um anjo. Não lhe toques. De anjo nada tem…
Deixa que a noite se transforme para sempre EM TARDE SEM AMANHÃ!

Vóny Ferreira 

                           Nota: texto dedicado escrito em 2013

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