Apesar de tudo… do silêncio petrificado como se fosse uma múmia secular consigo sentir ainda o teu cheiro perfurar o meu pensamento com a mesma avidez com que eu decidi um dia conhecer-te imune às circunstâncias de uma realidade pouco prometedora.
É nestes instantes que o peito incha… como se me fosse faltar o ar… ai, como dói, Meu Deus!
Obstinada como sou, tinha que ir à procura desse sonho impossível, como uma andorinha que levanta voo com uma asa partida só porque pressente que esse é o seu destino.
Voei… até chegar a ti! Venci o medo. Passei o Atlântico, embriaguei o olhar com as altas nuvens. Agarrada por um cinto que um Boeing me impunha enquanto rasgava os céus e comia as horas… velozmente.
Quando finalmente me abraçaste pela última vez e me tiraste todos os sonhos do coração com as tuas palavras transparentes, doridas, com os teus olhos brilhantes, deixaste-me a única coisa que resta desse amor que tinha tudo para ser maior que o infinito:
O teu cheiro.
Deixaste-me o teu cheiro perpetuado na memória. Por isso… não me peças o impossível: Que te esqueça!
Vóny Ferreira
1 comentário:
Passei, li, gostei, deixo o meu testemunho disso mesmo!... parabéns e obrigado, Vóny. Abraço. CRocha
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