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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

NA TUMBA DOS SONHOS... escrito por Vóny Ferreira


Comparo a essência dos meus sonhos ao orvalho fumegante que lentamente se levanta do solo numa evaporação ondulante, a embelezar a berma de algumas estradas logo que aparecem os primeiros pálidos raios solares.
Os meus sonhos voláteis teimam em se perpetuar nas noites gélidas, para logo se dilatarem até rebentarem, como se se procriassem num ventre de fino cristal.
Os meus sonhos são como bolas de sabão. Flutuam por um espaço sem fronteiras, para logo depois serem interrompidos com a violência de tudo quanto está predestinado a coexistir com o efémero.
Hoje eu sei… que nasci de um amor não correspondido. Por isso procuro um “amor eterno” como quem procura um tesouro sem barbatanas, no imenso oceano.
Hoje eu sei… que todos os meus amores serão promessas promissoras que ficarão crucificadas numa cruz feita de rosmaninho onde envelhecem todos os sonhos por cumprir…!
O que torna o meu sorriso compassivo é a certeza que tenho, apesar de tudo, que um dia… um desses sonhos se soltará do coração de um violino, e se transformará numa sonata irresistivelmente bela. Que enfeitiçará a alma que me espera, que jamais permitirá que o sopro diabólico de um vento inconstante o deposite “na tumba ancestral” de todos os amores mal resolvidos!
VÓNY FERREIRA)



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