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domingo, 23 de outubro de 2011

"ANSEIO" poema de António Paiva lido por VÓNY FERREIRA


anseio todas as palavras simples,
com a mesma ânsia que encaro o meu rosto.

anseio na escrita de todos os dias,
a memória da memória permeável às diferenças.

todos têm as suas próprias leis,
pedem-me que as entenda,
continuando indiferentes à minha ânsia.

habito sob esta pele,
matéria bárbara e adversa,
na ânsia de não favorecer a desistência.

depois acusam-me da ausência,
como se tudo fosse apenas e só um poema ambíguo.

anseio sobreviver,
a esta fadiga que me impõem, torrente de egoísmo.

a todos devo, mesmo aos desconhecidos,
anseio tanto pagar-lhes para que me deixem em paz.

António Paiva


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