Eles não sabem
que antes de nascer…
Galguei muros
fui camaleão
Fintei o sol
por ente a folhagem
numa hipnose
desassossegada
pelo esvoaçar das borboletas.
Falei aos pássaros
surdos e cegos
no rumor das cascatas
e dos relâmpagos.
Atravessei os rios
como quem flutua
num ritmado bailado
de libelinhas!
Eles não sabem
que antes de nascer…
Rasguei a terra
fui toupeira
num enamoramento
à terra estéril
um endeusamento
ao sol e à chuva.
Fui luar
na noite mais escura
buscando o cintilar
de estrelas cadentes
no negrume subterrâneo
frio e lamacento
onde a vida acontece
e se perpetua!
Eles não sabem…
Que só depois…
Rasguei o ventre
de minha mãe!
Gritando um poema
nas primeiras lágrimas.
Num longínquo Fevereiro
a beijar a penumbra
Cheia de papoilas
enganadas pelo tempo!
Vóny Ferreira
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