Deixa-me subir
a escadaria do teu peito.
Aninhar-me nesse lugar recôndito
Impalpável
Onde os teus sentimentos são um rio transparente
Que acaricia sem medo as pedras, como se elas
fossem flores.
- Hoje estou fora de mim...
Como se a minha alma fosse um pássaro solitário
Que perpetrou a forma como deseja morrer.
Sei...
Que só nessa condenação perpétua me receberás
nesse berço pregado ao chão, onde extravasam riachos avermelhados que deambulam
Na secura das veias engorduradas pelos meus
pecados.
Deixa-me subir essas escadas de joelhos.
Ciente de que me resta as mãos para segurar a
caneta
Que me serve de bengala.
Escrever… já não me basta.
Ah, biliões de nãos...
É o que te digo!
Escrever o que sinto aprisiona-me às grades
Onde encarceraram algumas palavras proibitivas.
Amo-te!!!
Poderei dizer isso?
Amo-te?
- Jamais…
E no entanto, amo-te tão simplesmente
e seguramente
Que dói
Corrói…
Sufoca-me de tanta certeza.
- Condeno-me a esta espécie
De praga amaldiçoada,
E vou morrendo de tanta rejeição
Como se a espada que me atravessa o coração,
trouxesse na ponta da lâmina,
Os teus olhos cegos, brilhantes, que teimam em
cintilar à noite quando te vejo nos meus sonhos.
Vóny Ferreira
“In romance “O Despertar da Mariposa” de Vóny
Ferreira
Na Página do Facebook da autora leia os comentários neste link
Sem comentários:
Enviar um comentário